Etapa de São Paulo do Circuito reúne
cerca de 200 jovens carentes neste sábado
Se para os atletas da seleção brasileira de futebol o objetivo de conquistar a Copa do Mundo terminou há quase uma semana, com a derrota por 2 a 1 para Bélgica, nas quartas de final na Rússia, para centenas de jovens de comunidades carentes do Brasil o sonho está só começando. Entre junho e agosto, estão sendo realizadas as seletivas para a formação das equipes feminina e masculina que disputarão a Homeless World Cup - Copa do Mundo de Futebol Social, em novembro, no México. Neste sábado (14), a partir das 8h, será a vez de São Paulo receber a terceira etapa de seleção da primeira fase, com participação de cerca de 200 jogadores de comunidades da capital, Sorocaba (SP) e Iguape (SP).
A disputa da seletiva de São Paulo para a definição dos convocados para a Etapa Nacional do Futebol Social será na Rua José Bento Cottolengo, nº 90, no Jardim Imbuias, próxima a Estação Grajaú da CPTM. Serão 15 equipes masculinas: Garotos Bunge, Jaguaré, Estrela Nova, Salesiano, Bola da Vez (A e B), Heliópolis, ACMD, Força Jovem, Maschester, 7 de Setembro, Art Final Jardim Ângela, Galo Real Jardim Ângela, IMBRA, Pequeninos do Porto (Iguape). E outras seis femininas: Joerg Brunde, ABUPV, Salesiano (Sorocaba), Bola da Vez (Sorocaba), Pequeninos do Porto (Iguape), Art Final Jardim Ângela.
"Novamente tivemos um crescimento no número de participantes em relação a etapa de 2017 na capital, com novas entidades confirmando presença na seletiva do fim de semana. Alguns projetos parceiros da ONG Futebol Social já vêm participando desde início, tais como a Estrela Nova de Campo Limpo, Garotos Bunge do Jaguaré, Heliópolis. Acredito que teremos grandes jogos, tendo em vista que algumas entidades já treinam há algum tempo para esse evento", explica Pupo Fernandes, treinador da seleção brasileira de futebol social.
Formato de seleção dos atletas - Das cinco etapas regionais - Baixada Santista, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Fortaleza - marcadas para os meses de junho e julho, serão selecionados cerca de 50 jovens, entre meninos e meninas, para participar da Etapa Nacional do Circuito Futebol Social, finalizando o processo de escolha de oito homens e oito mulheres até agosto. Diferentemente dos anos anteriores do projeto, não serão classificadas as equipes vencedoras para a etapa final, mas, sim, jovens individualmente selecionados.
Nessa nova configuração, cada equipe de um projeto social poderá ter, no máximo, dois selecionados. Os escolhidos serão definidos após observação comportamental durante os jogos e análise social realizada pela equipe técnica, em parceria com os movimentos participantes. Entre a realização da etapa nacional e a ida ao mundial, serão realizadas atividades específicas com o grupo selecionado.
Seletivas com datas definidas - Após a abertura em São Vicente (SP), na Baixada Santista, e a etapa do Rio de Janeiro, ambas nos meses de junho, chega a vez de São Paulo receber a terceira de cinco etapas da primeira fase. Assim, restam as seletivas de Brasília e Fortaleza nas próximas semanas, para na sequência ser realizada a Etapa Nacional, em local e data a serem definidos.
Ações extra-campo - A ação da ONG Futebol Social não se restringirá à definição dos jogadores que formarão as seleções brasileiras masculina e feminina para a Copa do Mundo. Em paralelo com as competições esportivas, organizadas em arenas próprias, com regras específicas, árbitros capacitados e a infraestrutura necessária, serão promovidas atividades como palestras, capacitações, além de ações culturais e de recreação.
Principais regras do futebol social - No futebol social, a quadra é reduzida, tem apenas 22 metros de comprimento e 16 de largura. O time vencedor ganha três pontos no campeonato, o perdedor, zero. Em caso de empate, disputa alternada de pênaltis, com dois pontos para o vencedor e um para o time que perder. São dois tempos de sete minutos, com intervalo de um minuto. Os goleiros não podem sair da área, marcar gols, ou fazer cera. Os jogadores de linha também estão proibidos de invadir a área dos goleiros, sob a pena de um pênalti para o time adversário. O Fair Play (jogo limpo) é incentivado nos torneios, e um troféu exclusivo é destinado ao time que demonstrar e jogar com o espírito genuíno do futebol.
Para os jogadores que não atuarem nesse espírito do Fair Play, há penalidades: cartão azul (dois minutos) ou vermelho (expulsão do jogo) e, em último caso, exclusão do torneio. Pelo menos um jogador deve ficar no campo oposto, ou seja, três atacam e dois defendem. Uma falta será marcada contra o time que ficar totalmente em seu lado. Se um jogador recebe um cartão azul, enquanto o time estiver com jogador(es) a menos, esta regra não é válida. Da mesma maneira, esta regra não vale se um jogador recebe um cartão vermelho.
Sobre a Ong Futebol Social - Com patrocínio da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e Penalty, o Futebol Social promove um movimento pioneiro que conecta jovens e comunidades carentes de todo o País, tendo como objetivo principal integrar, motivar e fortalecer seus participantes. Fazem parte da rede Futebol Social diversos projetos sociais e movimentos comunitários atuantes em periferias, favelas, comunidades ribeirinhas e quilombolas, entre outros grupos e regiões socialmente excluídos.
Participam jovens de 16 a 21 anos, que vivem em situação precária de moradia (ou sem moradia), sob risco social e sem condições plenas de desenvolvimento. Desde 2004, o projeto já atendeu mais de 20 mil jovens, por meio da rede Futebol Social, que reúne anualmente entre 50 e 100 entidades de diversos estados e regiões do país. Já participou de mais de 20 eventos internacionais em cinco continentes do mundo.
Atividades, eventos e torneios locais são realizados em diversas cidades, em conjunto com outras ações comunitárias e de cidadania. Por meio de diversas ações, a Ong busca proporcionar experiências de vida únicas a jovens que têm no esporte a chance de conhecer outras realidades e viver momentos de lazer e entretenimento, acreditando serem poderosas ferramentas na luta contra a pobreza e a violência do dia a dia. “Futebol Social: ganhar é virar o jogo!” é o lema da Ong. Um dos resultados do projeto é a formação das seleções brasileiras masculina e feminina que jogam o Campeonato Mundial de Futebol Social (Homeless World Cup) e outros eventos internacionais.