Abner avalia participação
na sua segunda Olimpíada
Sorocabano Abner Teixeira Junior disputou sua segunda Olimpíada Fotos: Divulgaçao |
Redação/Esportivo Regional
ER Sorocaba (01/07)
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Medalhista olímpico em 2020,medalha de bronze em Tóquio 2020, além de duas medalhas em Jogos Pan-Americanos, uma prata em Santiago 2023 e uma bronze em Lima 2019, o pugilista sorocabano Abner Teixeira Junior disputou sua segunda Olimpíada neste ano em Paris na França. Mas acabou sendo derrotado nas oitavas de final na categoria superpesado (+92kg) pelo equatoriano Gerlon Gilmar Congo Chala na Arena Paris Norte, no Centro de Exposições Villepinte, situado na cidade de Seine-Saint-Denis.
Assumindo a responsabilidade - Abner falou em sua rede social sobre o revés: "Infelizmente, perdi nas oitavas de final dos Jogos Olímpicos e encerro minha participação na competição. Como qualquer atleta, odeio perder. Mas como sempre, vou assumir minha responsabilidade e estudar os erros na luta e no ciclo para que a próxima colheita seja melhor.Agradeço à CBBoxe, COB, LiSoBOXE e todos meus patrocinadores por todo apoio e suporte. Quero agradecer especialmente minha equipe(técnicos, atletas, fisoterapeutas, assessor, multidisciplinar) que está comigo no dia a dia por me ajudarem a se preparar da melhor forma que puderam. O esporte é individual. Porém, sem vocês nunca chegaria ao maior evento esportivo do mundo. Obrigado minha família, amigos e todos que estão comigo nos momentos bons e ruins. Uma vez ouvi que aconteça o que acontecer "nada como um dia, após o outro dia".
O combate - Foi uma luta acirrada e emocionante, no qual os boxeadores iniciaram o primeiro round se respeitando e estudando muito a estratégia do outro, porém o equatoriano conseguiu se sobressair com um volume maior de golpes, vencendo por 4 a 1. O segundo round foi mais energético, e os atletas retornaram com uma estratégia mais ofensiva e nisso o brasileiro se destacou, combinando boas sequências de golpes contundentes e mesmo com uma interrupção temporária devido a um sangramento na cabeça após um choque acidental entre os oponentes, Abner venceu o 2° round por 3 a 2.
No terceiro round ambos buscaram manejar a luta com suas estratégias, Gerlon através do volume de golpes e Abner através da maior precisão e força de seus golpes, o que também o levou a vitória desse último round, por 3 a 2.E ao final Gerlon foi declarado campeão por decisão dividida dos jurados, 3 a 2.
Fala professor ! - O professor Vladimir de Godóy, que formou Abner no projeto "Boxe uma luz para o futuro", da Lisoboxe Sorocaba, entende que mesmo com Abner ganhando o segundo e terceiro rouds, os juízes viram esses resultados e juntamente com a derrota do primeiro round, a somatória final dos pontos resultou na vitória do atleta do Equador, que avançou para a próxima fase da competição. Ou seja, Abner fez uma boa luta, mas não foi o suficiente para convencer a maioria dos juízes de que merecia a vitória.
Velhos adversários - Abner e o equatoriano já haviam se enfrentado na final dos Jogos Sul-Americanos, em 2022, com vitória de Abner. Mas desta vez, o equatoriano saiu na frente com um bom primeiro round e conquistou a classificação para as quartas de final, onde só precisará de mais uma vitória para garantir uma medalha olímpica.
Porém segundo Vladimir, a classificação de Abner Teixeira para as Olimpíadas 2024 já foi um marco histórico para o Boxe brasileiro, visto que foi a primeira vez que o país teve um atleta na categoria superpesado na história olímpica. "Além de ser um grande exemplo de superação, ao conquistar essa classificação no Pan de Santiago-2023, onde lutou com uma ruptura do ligamento cruzado anterior do joelho direito e desde então, optou por não passar por cirurgia, com foco na Olimpíada e apenas tratou a lesão com acompanhamento médico e fisioterapêutico", analisou o treinador da Lisoboxe.
Nome na história - Para Vladimir, Abner Teixeira já é um nome que já ficou marcado na história do boxe brasileiro, com uma carreira marcada por conquistas notáveis que o destaca como um dos principais pugilistas do Brasil em duas categorias diferentes. Inicialmente, como peso-pesado (até 92kg), conquistou a medalha de prata em Tóquio 2020 e posteriormente, migrou para a categoria superpesado (acima de 92kg) e conquistou Ouro nos Jogos Sul-Americanos 2022 e Prata nos Jogos Pan-Americanos 2023, fora os diversos outros títulos.
Tristeza - “Infelizmente para ele e para nós brasileiros, ele acabou sendo eliminado da competição, ainda muito cedo. E eu, particularmente, fiquei muito triste e muito decepcionado, angustiado e imagino que o Abner também. A gente o viu na entrevista, que ele estava muito consternado, lógico que de primeiro momento, logo que desceu do ringue, perdeu a luta e acabou, porque foram praticamente três anos desperdiçados e o boxe é isso, quando vai subir no ringue, sempre será a luta da vida, porque cada luta é uma final, então não dá para você deixar para pensar depois, tem que fazer o que tem que ser feito ali na hora", destacou.
Dar a volta por cima - Vladimir explica que ficou bastante triste e chateado, porque era uma grande oportunidade pro Abner, de fazer mais uma vez história e deixar um grande legado pra categoria e modalidade. "Mas paciência, agora é voltar, esfriar a cabeça, cuidar do joelho e depois decidir o que vai fazer da carreira, se ele vai querer continuar com o boxe olímpico, se vai migrar para o profissional, enfim, a vida tem que continuar e ele é um grande atleta, excelente homem, então não acabou olimpíadas para ele, foi só essa edição, mas a vida e trabalho dele, vão continuar. Tenho certeza que ele vai conseguir colocar a cabeça no lugar, tomar as decisões necessárias e retomar a carreira para conquistar ainda mais, porque ele merece e tem muito potencial para isso. Agora ele vai respirar, sentir o gostinho amargo da derrota, mas levantar a cabeça, trabalhar e seguir em frente para poder dar a volta por cima", finalizou.
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