Futuro incerto e história marcada
por conquistas, lutas e crises
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| São Bento : 112 anos: tradição, lutas, alegrias tristezas: futuro incerto |
Rivail Oliveira /Esportivo Regional
ER Sorocaba - 14 /09/2025
Um dos mais tradicionais clubes do futebol paulista, o Esporte Clube São Bento, um dos embaixadores de Sorocaba, completou neste dia 14 de setembro 112 anos. Um clube que é marcado por uma rica história de conquistas, alegrias, grandes craques formados, mas também de tristezas, rebaixamentos, altos e baixos, crises. E que busca encontrar a essência de um futuro, vivendo o impasse entre a modernidade das gestões (SAFs, que vem dando certo em alguns clubes e não em outros), ou a manutenção dos modelo convencional.
HISTÓRIA
O clube sorocabano nasceu em 14 de setembro de 1913, como Sorocaba Athletic Club, fundado por ex-jogadores do extinto Chapeleiros e funcionários da Fábrica de Arreios Ferreira & Cia. No ano seguinte, após divergências internas, passou a se chamar Sport Club São Bento, nome inspirado na equipe paulistana da época. Seu primeiro título veio em 1917, ao conquistar a Taça Trapani, em jogo polêmico contra o XV de Piracicaba.
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| Acesso em no inicio da década de 60 |
A profissionalização chegou em 1953, com a entrada no Campeonato Paulista da Segunda Divisão. Após campanhas marcantes, o auge veio em 1962, quando o clube conquistou o título da Primeira Divisão (atual Série A2) e, em 1963, estreou na elite do futebol paulista com um histórico 4º lugar, à frente de gigantes como Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos.
Durante as décadas de 1960 e 1970, o “Bentão” consolidou boas campanhas. Em 1981, ergueu a Copa 50 anos da Federação Paulista. Porém, os anos 1990 trouxeram crise política e financeira, culminando em rebaixamentos e até risco de extinção.
APICE E DISPUTA DA SÉRIE B
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| Série B do Brasileiro (foto: Jesus Vicente) |
O recomeço veio em 2001, com o título da Série A3, seguido por altos e baixos. O grande renascimento ocorreu a partir de 2013, quando conquistou o acesso à Série A2 e, logo depois, voltou à elite paulista. Em 2016, fez campanha histórica no Paulistão, que abriu caminho para a volta às competições nacionais, alcançando as Séries D, C. e obtendo o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro, onde jogou em 2018. Mas foi caindo, caindo, sendo rebaixado ano a ano, até ficar em 2021 sem divisão nacional e há dois anos permanece na Série A2.
DOIS ÚLTIMOS ANOS SEM SUCESSO
Num balanço das duas últimas temporadas, nada a comemorar pelos torcedores do Azulão. Em 2024, o São Bento fez uma campanha até razoável na fase de grupos da Série A2: 17 jogos, com 9 vitórias, 6 empates e 2 derrotas, totalizando 33 pontos. Mesmo com essa boa fase inicial, nas quartas de final foi eliminado pelo Noroeste (1-1 em um jogo; 1-2 no outro). Ou seja: não conseguiu o acesso para a elite estadual (Série A1). Na Copa Paulista, também em 2024, o São Bento não obteve bom desempenho: na fase de grupos fez 10 jogos, com 2 vitórias, 7 empates e 1 derrota, 13 pontos, 5 gols feitos e 4 sofridos. Em Nas oitavas de final, foi eliminado pela Portuguesa em dois jogos (0-0 e 0-0), nos pênaltis.
No Paulistão Série A2 de 2025 O São Bento fez uma campanha bastante complicadal. Em 14 jogos, marcou apenas 6 gols — ficou em branco em 10 desses 14 jogos. Ficou ameaçado de rebaixamento para a Série A3, escapando apenas na última rodada. E na Copa Paulista mostrou instabilidade na fase inicial e se classificou para oitavas só na última rodada e terminou a fase de grupos com 11 pontos — resultado de 2 vitórias, 5 empates e 3 derrotas. E nas oitavas de final, foi eliminado pelo São José.
VAI VIRAR SAF?
O futuro do São Bento começa a ser discutido, com imensas dificuldade de ser competitivo, e ainda com problemas de ordem financeira, a dirertoria e os conselheiros discutem há algum tempo a possibilidade do clube virar SAF (Sociedade Anônima do Futebol).Houve interesse de investidores para assumir 90% do futebol profissional do São Bento, mantendo o clube original com 10%.
O ex-jogador Zé Roberto, por meio da empresa Flash Forward, foi um dos protagonistas das propostas. A oferta envolvia cerca de R$ 130 milhões distribuídos ao longo de alguns anos. Em setembro de 2024, o Conselho Deliberativo do São Bento aprovou, numa etapa, a proposta inicial da Flash Forward. No entanto, em março de 2025, o clube oficializou o fim das negociações com esse investidor. O encerramento se deu por iniciativa do interessado, após cláusulas contratuais que foram alteradas substancialmente e que, segundo o clube, deixavam São Bento sem garantias jurídicas e institucionais mínimas.
E ainda em 2025, em setembro de 2025, o Conselho Deliberativo decidiu que vai solicitar “propostas vinculantes” de três empresas interessadas até 16 de setembro. Ou seja: o processo de SAF ainda está ativo — não resolvido, mas em etapa de definição de propostas formais. Ou seja, ainda sem definição se o São Bento do Futuro vai virar SAF ou seguirá gerido da forma "convencional".
CELEIRO DE CRAQUES E GRANDES TÉCNICOS
Goleiros: Abelha, Chicão, Geninho, Oberdan Cattani, Rafael Pinheiro, Rodrigo Viana, Walter, Zecão, Luis Antonio. Os defensores: Luís Pereira, Marinho Peres, Ney Roz, Guinei, Chirú, Julião, Jurandir, Odair Patriarca, Rubens Minelli, Lucio, Gibe, Odorico, Julinho, Salvador, Fernando, Marcelo Cordeiro.
E ainda os meio-campistas; Paraná, Picolé, Nestor, Gatãozinho, Copeu, Cacau, Zenon, Afonsinho, Cabralzinho, Bozó, Corrêa, Cremilson, Tales, Bazzaninho, Rodrigo Tabata, Magal, Bauer, Fábio Bahia, Endo (Japão). Os atacantes: Mickey, Luisinho Costa, Gilsinho, Nenê, Elias, Tupãzinho, Luís Müller, Adhemar, Picolé, Raimundinho, Tupãzinho, Dino Furacão, entre outros.
E os treinadores: Nelsinho Baptista, Paulo Autuori, Paulo Comelli, Candinho, Waldir Peres, Vílson Taddei, Capão, Edson Vieira, Paulo Roberto Santos, etc.
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| Wilson Francisco Alves, treinador do acesso de 63 |
CONQUISTA E TORNEIOS PRINCIPAIS
Paulista da 1ª divisão (2ª na época – 1962; Taça Estado de São Paulo, 1985; Copa Futebol do Interior, 2002; Campeonato Paulista Série A-3, 2001 e 2013; vice no Paulista do Interior de 1969, 1977 e 1987. Jogou os Brasileiros de 1979 (série A, 15º), 1981 (Série B, 13º), 1983 (Série B, 33ª) e 1992 (Série C, 15º); e de 2016 a 2011 jogou os Brasileiros desde a Serie D até a Série B.
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