Azulão detalha a proposta para associados em sua página
 |
Futuro do São Bento nas mãos dos sócios Foto: Neto Bonvino |
Rivail Oliveira/Esportivo Regional
ER Sorocaba - 15/10/2025
No próxmo dia 9 novembro, no CT Humberto Reale, os mais de 300 sócios do São Bento irão definir o destino e o futuro do clube centenário de Sorocaba e votarão a sua transformação (ou não) em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Por conta disso, visando esclarecer o torcedor e o associado, a diretoria do São Bento postou em sua rede social um endereço onde o clube detalha os pontos da proposta e busca tirar as principais dúvidas a respeito do tema.
No link, há temas como a linha do tempo das negociações, que começaram em 22 de setembro, com a reunião do Conselho Deliberativo do Esporte Clube São Bento para dar continuidade ao processo de escolha da proposta vinculante referente à constituição da SAF, na qual a proposta escolhida foi a apresentada pela empresa GCF&MC, representada pelos senhores Cesar Grafietti, Rodolfo Kussarev Junior e José Vitor Roque Junior.
O clube informa que, em 2 de outubro, o Conselho e a Diretoria Executiva solicitaram alguns ajustes na proposta inicial, que foi retificada pela empresa GCF&MC em 30 de outubro e voltou para nova análise dos conselheiros. Relata ainda que, em 2 de outubro, foi assinada a Proposta Vinculante entre o clube e os investidores do Grupo Convocados, e se iniciaram as análises do processo de Due Diligence. Em 11 de outubro, houve uma primeira exposição da empresa interessada aos associados, apresentando o projeto para o clube.
SERÁ VENDIDO OU PRIVATIZADO?
O site ainda busca esclarecer aos torcedores perguntas como o que é uma SAF e se o São Bento será vendido ou privatizado — "Não. A Associação Esporte Clube São Bento não será vendida. Ela se tornará sócia perpétua da nova empresa, a "São Bento SAF", e continuará existindo normalmente, com sua Assembleia de Sócios, Conselho Deliberativo e Diretoria Executiva. O que será transferido para a SAF é a gestão do departamento de futebol", diz a explicação do clube.
A página ainda fala do grupo (parceiro) escolhido, o "Grupo Convocados", representado por Cesar Grafietti, Roque Junior e Rodolfo Kussarev: "Profissionais com ampla experiência e credibilidade no mercado do futebol. Eles são os responsáveis pela empresa que está no processo de criação e gestão do São Bento SAF. Mais detalhes sobre os investidores devem ser conhecidos antes da Assembleia Geral, quando da realização da due diligence pelo Conselho Fiscal do ECSB", diz a página.
VALOR DO NEGÓCIO
A página virtual colocada no ar no site do São Bento ainda cita os valores do negócio: R$ 140 milhões em orçamento previsto para os próximos 10 anos, com aporte de capital de R$ 30 milhões que, segundo o site, será aportado na SAF ao longo de 10 anos para ser usado no futebol. Prevê ainda a quitação dos passivos do clube, estimados em R$ 11 milhões.
CRITÉRIOS, GARANTIAS E DESISTÊNCIA
O texto também trata dos responsáveis e dos critérios para o uso desses recursos: "A gestão e o direcionamento dos investimentos serão de responsabilidade da administração da SAF, composta por uma Diretoria Executiva e um Conselho de Administração. Os investidores, como acionistas majoritários (90%), indicarão a maioria dos membros desses órgãos, sendo os responsáveis finais pelas decisões estratégicas e pela alocação dos recursos. O clube-associação participará ativamente da fiscalização e das decisões através dos assentos que terá no Conselho de Administração e no Conselho Fiscal", diz o documento no site do clube, que menciona ainda que o acordo prevê um nível de endividamento de curto prazo com limite correspondente a 50% das receitas do exercício anterior.
O documento também prevê possibilidades de desistência do negócio estabelecido pela Proposta Vinculante, tanto para o São Bento quanto para os proponentes. E fala ainda das garantias e proteções para o clube, entre as quais: a SAF não poderá mudar o nome, as cores, o escudo, o hino ou a sede do clube para fora de Sorocaba; a Associação manterá 10% das ações da SAF (Classe A), com poder de veto sobre esses pontos; o Complexo Humberto Reale não entra na negociação e permanece como patrimônio da Associação; e os investidores irão ceder, em favor do clube, as ações da SAF como garantia à realização dos investimentos propostos.
Na página, outro tópico trata do tema sobre o que acontece se o investidor não cumprir com os aportes: "O contrato prevê um mecanismo de garantia chamado "devolução de ações" (share devolution). Caso o cronograma de investimentos não seja cumprido, o investidor perderá ações da SAF, que serão devolvidas para o clube-associação, de forma proporcional ao valor não aportado". O documento lembra ainda, em relação ao quadro associativo, que as receitas das mensalidades dos sócios atuais e futuros continuarão sendo destinadas à Associação.
UTILIZAÇÃO DO CT E FISCALIZAÇÃO
Sobre a utilização do CT Humberto Reale pela SAF, o documento explica que não há risco de o clube perder o CT: está previsto o uso compartilhado do Humberto Reale como sede da Associação e da SAF.
Segundo ainda o documento, se aprovada a proposta pelos sócios, todas as atividades do departamento de futebol, incluindo o marketing, passam a ser geridas pela SAF. E estabelece que, nos moldes previstos pela estrutura de governança a ser detalhada nos documentos definitivos, o clube, enquanto acionista da SAF, terá direito a 1 membro efetivo e 1 suplente no Conselho de Administração e 1 membro efetivo e 1 suplente no Conselho Fiscal da SAF. Além disso, os documentos assegurarão outros direitos de fiscalização e acesso a informações usuais de acionistas minoritários em operações desta natureza, em linha com as melhores práticas de governança.

Fale com o Esportivo Regional